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  • Vera Galante

DAQUI PRA FRENTE, TUDO SERÁ…

Diferente, diria Roberto Carlos. Mas é difícil prever o que pode acontecer daqui até o dia 2 de outubro de 2022, dia do primeiro turno nas eleições gerais. Nos interessa no momento as eleições presidenciais. Da maneira como o quadro se delineia hoje, concorrem (em ordem de popularidade) Lula, Bolsonaro e Ciro Gomes. E como será o quadro em 2022? Com certeza quase absoluta, Lula e Bolsonaro estarão no páreo. Ciro pode se fortalecer ou alguém da dita 3ª via pode se fortalecer e substituí-lo. Muito cedo para qualquer previsão. Mas vamos nos deter em um candidato, o atual presidente – Jair Messias Bolsonaro.

Todos nós já conhecemos Lula (foi presidente por 8 anos) e Bolsonaro (quatro anos), e já sabemos de suas particularidades como presidentes. O que nenhum dos dois parece entender é que há fronteiras bem delineadas entre o público o e privado. Lula deixou acontecer o maior esquema de corrupção que o país já viu, e que continuou no governo de sua sucessora, muito provavelmente (sim, porque as todas as acusações estão sendo extintas ou mudando de foro) em benefício próprio. Bolsonaro, por sua vez, atua abertamente para beneficiar a família: filhos, ex esposa, e alguns amigos mais chegados. Seus conselheiros são os filhos, especialmente o 02 – Carlos, militares, e alguns que o acompanham desde quando era deputado federal – gente que tende a concordar com todas as atitudes do presidente. Só que há variáveis que devem ser consideradas.

Lula tem trabalhado intensamente, mas não abertamente pela sua candidatura – se ela ocorrer (até agora é ficha limpa). Oficialmente as candidaturas só podem ser oficializadas e comícios e propaganda eleitoral podem acontecer só a partir de abril de 2022. Mas nada impede que costuras sejam feitas extraoficialmente. E Lula faz isso muito bem. Fernando Haddad continua a ser uma carta na manga para se alguma coisa der errado. A aposta deu errado uma vez, nada garante que vai dar certo da segunda vez, mas como o cenário se mostra agora, há mais chances. Já vimos esse filme antes – o eleitor anti PT não escolhe em quem votar, mas vota no que tiver mais chance de vencer seu desafeto. Aliás o PT é o único partido que tem seguidores fieis e opositores igualmente fieis, mas Lula é o único que pode fazer o anti-petista raiz votar nele porque está acima do partido. Um oponente digno de muito respeito.

Bolsonaro vê sua popularidade cair a cada pesquisa, mas está em campanha pela reeleição desde o dia que recebeu a faixa presidencial de Michel Temer. Estava tranquilo até chegar a pandemia e ele ver a sua popularidade começar a cair, mas não vamos fazer o histórico dessa queda, vamos falar de como as coisas estão agora. Bolsonaro apostou todas as suas fichas no eleitorado fiel e os conclamou a irem às ruas mostrarem seu apoio – penso que foi a ação mais planejada de seu governo, acostumado a declarações intempestivas e desastrosas. Só que perdeu a aposta – o público que compareceu às manifestações de 7 de setembro foi muito menor do que todos esperavam. O presidente “esticou a corda” a ponto de quase arrebentar: ameaçou o STF, o TSE, e o Ministro Alexandre de Moraes e demonstrou todo o seu desapreço pela democracia. Mas nada do que ele disse no dia 7 foi novidade – já tinha dito as mesmas coisas antes. Só o tom que subiu. Como não podia deixar de acontecer, houve pronunciamentos de todos os lados, todos muito duros. Bolsonaro foi forçado a recuar, pedindo ajuda ao ex-presidente Temer, cuja falta de lealdade é notória. O que Bolsonaro conseguiu com isso foi que sua popularidade caísse ainda mais, principalmente entre os bolsonaristas que viram em seu recuo um sinal de fraqueza. E não adiantou nada dizer que não recuou.

O que vemos é um presidente muito preocupado com sua popularidade, sem a qual não terá chance de reeleição. Daqui pra frente, voltando ao começo, podemos esperar ainda mais arroubos autoritários e decisões impensadas para recuperar alguma popularidade. Mas o que realmente pode garantir a Bolsonaro alguma recuperação é a retomada da economia. Segundo Paulo Guedes o ex Posto Ipiranga, o barulho político tem atrapalhado muito (e quem faz o barulho político é o chefe). Fora tudo isso que já vai mal para ele, há também o relatório elaborado por um grupo de juristas liderado por Miguel Reale Júnior que lista ao menos sete eventuais crimes cometidos pelo presidente e outros membros do governo na gestão da crise da pandemia. O relatório foi entregue na terça-feira à CPI da pandemia, que deve ser incorporado ao relatório final da CPI que está sendo finalizado pelo relator, o Senador Renan Calheiros. Como vemos o presidente enfrenta fortes turbulências em seu percurso.

E Ciro? Bom, sempre uma incógnita. É um homem inteligente, mas também temperamental. Ele sempre se posiciona bem no início da corrida eleitoral, mas acaba derretendo. Veremos se ele consegue se consolidar como opção viável ou se teremos outro candidato em condições de vencer Lula e Bolsonaro em 2022. Alguns já estão se posicionando, como o ex presidente Michel Temer, Moro, Mandetta, Pacheco...

A ver.


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