PARA ONDE IRÁ A POPULARIDADE DE LULA?

Agora que a gestão do presidente Lula já completou um trimestre inteiro de duração, acredito já ser possível fazer uma rigorosa avaliação comparativa dos índices de popularidade do atual governo.

Vou utilizar como matéria prima seis pesquisas nacionais de avaliação do governo Lula realizadas entre janeiro e março, conduzidas por seis institutos diferentes.

Na média de todas elas, a avaliação positiva (ótimo+bom) da gestão lulista foi de 40,5% dos entrevistados, contra outros 27,3% que avaliaram o governo negativamente (ruim+péssimo).

No mesmo período (primeiro trimestre de 2019), na média de sete pesquisas nacionais, o governo Bolsonaro tinha 39,7% de avaliação positiva e 19,1% de avaliação negativa.

Em outras palavras, os dois governos apresentaram números muito semelhantes de avaliação positiva. Mas Lula está largando de um patamar de avaliação negativa bem superior ao de Bolsonaro.

Mas não podemos nos esquecer que estes números iniciais de Bolsonaro foram bem efêmeros. Já no segundo trimestre de 2019, a média de avaliação positiva do seu governo caíra para 33,4%, enquanto a média de avaliação negativa subira para 32,2%.

O monitoramento das pesquisas de avaliação do governo Lula no período entre abril e junho será, portanto, um fator estratégico de risco político a ser monitorado.

Um eventual derretimento da popularidade de Lula até a metade do seu primeiro ano de mandato, como já aconteceu com Bolsonaro, provavelmente diminuiria o seu poder de agenda frente ao Congresso Nacional, por exemplo.

Por outro lado, caso o governo Lula consiga ampliar o seu saldo positivo de popularidade, ao contrário do que aconteceu com Bolsonaro, seriam abertas perspectivas mais favoráveis para a aprovação, por exemplo, do novo marco fiscal e da reforma tributária.

Meu conselho final para quem estiver lendo estas linhas: as manchetes habituais do noticiário político não costumam produzir boas avaliações dos cenários e dos riscos na política brasileira. Aprendamos a ficar atentos às variáveis que realmente importam.