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  • Equipe EMPOWER

A VISITA DE JOHN KERRY AO BRASIL

John Kerry, uma figura pública experiente foi vice-governador do estado de Massachusetts antes de servir como Senador por seu estado pelo Partido Democrata por 28 anos, Secretário de Estado por 4 anos durante o 2º mandato do Presidente Obama e hoje é o Enviado Especial para o Clima do Presidente Joe Biden. Kerry também é veterano da Guerra do Vietnam. Kerry também conhece bem o Brasil por causa das muitas visitas que já fez como Senador, como Secretário de Estado e agora como Enviado Especial para o Clima.

O Clima (dentro do guarda-chuva do meio-ambiente) é uma das muitas convergências entre o governo atual dos dois países, como salientado em meu artigo anterior, já sinalizada antes da posse do Presidente Lula em novembro de 2022 na COP 27, quando a então futura ministra do meio-ambiente Marina Silva se encontrou com John Kerry. A conversa foi retomada na visita do Presidente Lula aos EUA em fevereiro de 2023 e detalhada na visita de Kerry ao Brasil ao final do mesmo mês.

Visitas oficiais de membros de alto escalão de governos costumam ser muito curtas, um dia em média. A visita de Kerry ao Brasil foi mais longa – de 26 a 28 de fevereiro, especificamente para tratar de Amazônia. A primeira coisa que nos chama a atenção é que a visita foi a Brasília e não a nenhum estado da Amazônia. Não caberia, na verdade, uma visita à floresta já que a intenção não era de verificação dos problemas in loco. A visita foi a Brasília, onde as decisões são tomadas – indicando que é hora de agir ou, na expressão em inglês, put your money where your mouth is [algo como ir além da retórica]. Nesse sentido Kerry indicou a intenção do governo dos EUA de investirem 9 bilhões de dólares no Fundo Amazônia (que já conta com fundos da Alemanha e Noruega), mas que esse montante, na verdade qualquer montante, está sujeito à dotação do Congresso dos EUA. O Brasil precisa desse dinheiro não só porque é uma quantia de vulto, como também terá a capacidade de atrair outros doadores para o Fundo Amazônia.

A visita foi recheada de reuniões importantes de trabalho, ou seja, não foi protocolar. Ele teve reuniões de trabalho com o Vice-Presidente e Ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, com Marina Silva, Ministra do Meio-Ambiente, Sônia Guajajara, Ministra dos Povos Indígenas, Rodrigo Pacheco, Presidente do Congresso Nacional e com Aloízio Mercadante, Presidente do BNDES, que administra o Fundo Amazônia. Essas reuniões envolveram a nova Embaixadora dos EUA no Brasil, Elizabeth Bagley com as equipes pertinentes da Embaixada em Brasília e as equipes pertinentes dos Ministérios para tratarem dos próximos passos.

O Presidente Lula tem o que mostrar nos seus primeiros 100 dias de governo – a sinergia com o governo dos EUA ficou salientada no compromisso dos dois países em realmente tirarem do papel as tratativas sobre a Amazônia, que envolve todos os ministérios listados acima, para um efetivo plano de ação. A retórica parece ter ficado para trás.

Para os EUA essa visita também é muito importante – mostra o Presidente Biden proativo não só na defesa da Ucrânia, mas na defesa de um tema importante para o mundo inteiro, o meio-ambiente. Com isso ele pode acrescentar alguma popularidade aos seus baixos índices até agora e, quem sabe, se cacifar para concorrer à reeleição pelo seu partido em 2024.

Por enquanto é ganha-ganha para os dois lados. São pautas assim que influem na popularidade e credibilidade de presidentes, e o presidente Lula precisa muito de vitórias assim. Ele tomou posse com uma maioria estreita de votos, sua popularidade não está ruim mas poderia estar bem melhor. Lula precisa de boas notícias para o seu governo.


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