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Rogério Schmitt

QUAIS ESTADOS SÃO BONS PREDITORES DA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL?

O termômetro mais utilizado por nós que acompanhamos profissionalmente a corrida presidencial são as pesquisas nacionais de intenção de voto. Nada contra elas. Pelo contrário, é com base nas pesquisas nacionais que costumamos desenhar os nossos principais cenários. E são elas que, agora em 2022, por exemplo, apontam para o já conhecido quadro de polarização entre o ex-presidente Lula e o presidente Bolsonaro.

Neste artigo, entretanto, gostaria de apresentar um método alternativo de projetar os resultados das eleições presidenciais brasileiras. Seria possível identificar um ou mais estados da federação que sejam bons preditores do resultado agregado da eleição? Como veremos, a resposta é sim!


Ressalvo que, nas eleições presidenciais brasileiras, pouco importa como os votos dos candidatos se distribuem pelos estados e municípios. O novo presidente será aquele que obtiver a maioria absoluta dos votos válidos nacionais (no primeiro ou no segundo turnos). Em outras palavras, o país inteiro funciona como uma única circunscrição eleitoral.


Contudo, quando olhamos para o retrospecto das oito eleições presidenciais realizadas entre 1989 e 2018, encontramos algumas "coincidências". Em apenas 3 das 27 unidades da federação, o candidato mais votado estadualmente foi SEMPRE o candidato mais votado também no plano nacional.


Naturalmente, este padrão não é determinístico. Não há nenhuma relação de causalidade que obrigue a que ele se repita agora em 2022. Mas, certamente, também não se trata de um fenômeno aleatório. Estamos falando de 14 votações independentes: 8 primeiros turnos (1989, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018) e 6 segundos turnos (1989, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018). Em TODAS elas, houve correspondência perfeita entre os mais votados nestes estados e os mais votados nacionalmente.

Mas quais são, afinal, as três unidades da federação que podemos usar (com as ressalvas mencionadas) para projetar o resultado nacional? A primeira é Minas Gerais, que habitualmente já é considerada uma espécie de "média" das preferências nacionais. As outras duas, talvez para a surpresa de muitos, são estados da região Norte: o Amazonas e o Amapá.


Estes três estados serão colocados à prova nas eleições de outubro de 2022. Mas já podemos examinar, por enquanto, as pesquisas estaduais disponíveis de intenção de voto para presidente.


No Amapá, ainda não houve divulgação de pesquisas. Segundo o site do TSE, o instituto Mentor Inteligência está conduzindo uma pesquisa no estado, mas o resultado sairá somente após o dia 3 de abril.


Em Minas Gerais, a pesquisa estadual para presidente mais recente que consegui identificar foi realizada entre os dias 14 e 17 de fevereiro pelo instituto F5 para o jornal Estado de Minas. O ex-presidente Lula aparece no levantamento com 36,1% das intenções de voto entre os mineiros, contra 27,7% do presidente Bolsonaro.


Para o estado do Amazonas, localizei uma pesquisa realizada entre os dias 20 e 28 de janeiro pelo instituto Diário de Pesquisa. Entre os amazonenses, Lula aparece com 42,4% das intenções de voto no primeiro turno, contra 35,8% de Bolsonaro.


Na prática, portanto, 2 dos 3 estados "estratégicos" (os únicos para os quais há pesquisas disponíveis) estão confirmando, pelo menos até o momento, o mesmo cenário nacional, com o favoritismo do candidato petista no primeiro turno.


Os seguidores das redes sociais da Empower Consultoria ganham, assim, uma ferramenta adicional de monitoramento da corrida presidencial. Ao longo dos próximos meses, continuaremos registrando a evolução das pesquisas de intenção de voto entre os eleitorados mineiro, amazonense e amapaense.



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