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  • Vera Galante

O ELEITOR E OS CANDIDATOS

Estamos em plena (pré) campanha presidencial no Brasil. Alguns partidos se movimentam para realizarem suas prévias eleitorais, como é o caso do PSDB, por exemplo, e outros já lançaram seus candidatos, mesmo que estes ainda possam mudar o cargo ao qual postulam. Proponho olhar para essas candidaturas sob o ponto de vista do eleitor. Como é que as coisas funcionam – ou deveriam funcionar?

Os partidos políticos no Brasil estão cada vez mais distantes de uma orientação ideológica que os defina. Os nomes atuais dos partidos são mais uma jogada de marketing do que uma definição: União Brasil, Podemos, Patriotas, Cidadania... o que estes nomes querem dizer exatamente? Ninguém sabe, portanto podem acomodar qualquer orientação. Há outros como o MDB, PT e PSDB que, apesar de terem nomes que os descrevam ideologicamente, também abrigam várias correntes dentro deles. O PSD caminha a passos largos para se tornar um destes – atualmente o partido que mais cresce, abrigando descontentes com seus partidos originais.

O candidato ou a candidata ideal é quem demonstra liderança popular, pode ganhar a confiança do eleitorado pelo programa que propõe e pelo poder de traduzir os anseios populares em propostas factíveis. Só que essa pessoa não existe.

Em 2018 assistimos (ou participamos) de uma eleição extremamente polarizada – Bolsonaro foi eleito “pra mudar isso daí” e contra a “velha política”. Não apresentou um programa real de governo e, depois de eleito, realmente promoveu um desmonte do que existia de ruim e, infelizmente, de bom. Fernando Haddad, por ser do mesmo partido da ex-presidente recém retirada do poder através do impeachment, e substituída por seu vice, Michel Temer (MDB), não tinha muita novidade a apresentar. O PT ficou associado à corrupção pela recente prisão de Lula, sua estrela, pelas pedaladas de Dilma, que lhe custou o mandato, e a prisão de várias outras personalidades relevantes por corrupção descoberta pela Operação Lava-Jato. Bolsonaro, por sua vez, não precisou de fazer muito esforço – contava com aqueles que foram convencidos por seu discurso vazio, mas inflamado, e por aqueles que rejeitavam o PT com tanta convicção que votariam em qualquer pessoa que se apresentasse contra o que não queriam. Resultado, venceu a eleição.

Hoje estamos vemos a mesma polarização – Bolsonaro e Lula em campos opostos, mas ambos sem propostas concretas, com discursos igualmente vazios, inflamados e populistas, mas ambos com índices de rejeição altíssimos. Daí se apresenta o que se chama de terceira via. Eu prefiro chamar de uma candidatura alternativa.

Voltando ao início, muitos se apresentam como alternativa à reeleição de Bolsonaro ou à eleição do ex-presidente Lula. Nenhum, até agora, foi capaz de articular uma proposta de governo que atraia número significativo de eleitores – sim, é cedo – até 2 de outubro de 2022 muita coisa pode (e vai) acontecer. Seria precipitado falar disso agora? Creio que não pois não me refiro aos candidatos – para o eleitor trata-se de um exercício de reflexão importante e necessário: o que quero para o país? Quais as qualidades que espero ver em um/a candidato/a? Quais os defeitos que não aceito? Qual o passado do candidato/a? Há algo que desabone? Que recomende? Como essa pessoa nos representará internacionalmente? Todas estas (e muitas outras) são perguntas necessárias para nos fazermos desde já – principalmente saber o que queremos para o país e não necessariamente para nós mesmos. Assim conseguiremos escolher com menos paixão e mais convicção aquele ou aquela que queremos para liderar a nação.

Se nos pautarmos por essas diretrizes, conseguiremos exigir dos candidatos ideias propositivas, que construam um país cada vez mais pujante, desenvolvido e bem inserido internacionalmente. É importante também preservar o que de bom já foi feito até aqui.

Falei até aqui dos (pré) candidatos à presidência, mas no mesmo dia escolheremos deputados federais, 1/3 dos senadores e governadores de todos os estados. Os critérios devem de ser os mesmos.

E depois? Vamos acompanhar e cobrar – afinal a democracia é participativa e depende do envolvimento ativo dos cidadãos, que têm sido muito negligentes nesse sentido. Queremos mais dos governantes? Devemos exercer nossa cidadania com o mesmo empenho que pedimos deles.


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