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  • Rogério Schmitt

DEZEMBRO FOI UM MÊS BEM NEGATIVO PARA A POPULARIDADE DO GOVERNO BOLSONARO

Estamos no início de um novo ano eleitoral. Inauguro aqui uma série periódica de artigos nos quais pretendo monitorar a evolução dos índices de popularidade do governo Bolsonaro nas pesquisas realizadas no mês imediatamente anterior. Como é sabido, as taxas de avaliação dos governos são excelentes preditores do resultado das urnas. No entanto, a minha análise não abordará os índices de intenção de voto de Bolsonaro ou dos demais pré-candidatos presidenciais. Vou me limitar a interpretar os números relativos à popularidade do atual presidente e de seu governo. Para minha sorte, graças a Papai Noel, o mês de dezembro foi bastante rico em termos de divulgação de pesquisas. Ao longo do mês, vieram a público oito levantamentos diferentes, realizados por sete institutos. A lista das sondagens de opinião pública que consultei foi a seguinte, na ordem cronológica dos respectivos trabalhos de campo: Genial/Quaest (2 a 5/12), PoderData (6 a 8/12), Exame Ideia (6 a 9/12), CNT MDA (9 a 11/12), Ipec (9 a 13/12), Datafolha (13 a 16/12), Ipespe (14 a 16/12) e PoderData (19 a 21/12). Alguns institutos realizam somente pesquisas telefônicas, ao passo que outros fazem as tradicionais entrevistas presenciais. O método que utilizarei nesta e nas próximas análises das pesquisas de popularidade do governo Bolsonaro é o cálculo de médias mensais. Portanto, não pretendo discutir os resultados desta ou daquela pesquisa isoladamente. Sei que essa minha escolha tem alguns custos metodológicos. Mas a grande vantagem da utilização de médias é a facilidade para a visualização de tendências centrais. E já utilizei essa metodologia em outros artigos publicados nas redes da Empower (ver, por exemplo: https://www.empowerconsult.com.br/single-post/governocompletatr%C3%AAstrimestresseguidosderejei%C3%A7%C3%A3o).

Vamos, então, aos números? Nas oito pesquisas realizadas em dezembro, a taxa média de avaliação positiva do governo Bolsonaro foi de 22,8%. A avaliação positiva corresponde à parcela dos entrevistados que avalia como “ótima” ou “boa” a administração do atual presidente. No outro extremo, a taxa média de avaliação negativa do governo Bolsonaro foi de 52,7%. São os entrevistados que avaliam a atual gestão como “ruim” ou “péssima”. Naturalmente, há também os eleitores que avaliam o governo como “regular”, os que não têm opinião formada e os que se recusam a responder. Mas estes outros dados não foram incluídos na minha análise. Sem nenhuma surpresa, estes números revelam que o apoio ao governo Bolsonaro é bem minoritário (apesar de significativo) na opinião pública brasileira, equivalendo a pouco mais de 1 em cada 5 eleitores. Na prática, as taxas de avaliação positiva oscilaram entre um mínimo de 19% e um máximo de 26,5% nas oito pesquisas. Por outro lado, as pesquisas de dezembro também foram consistentes em retratar que o governo Bolsonaro segue tendo uma imagem negativa amplamente majoritária na sociedade. Em uma única sondagem a taxa de avaliação negativa do atual presidente ficou abaixo da metade do eleitorado (47,9%). Mas ela chegou também a atingir o patamar de 57% dos entrevistados em um dos oito levantamentos. Este é o legado de popularidade do governo Bolsonaro que o ano de 2021 está deixando para o ano de 2022. A partir do próximo artigo da série, poderemos observar a dinâmica destes índices. E há boas razões para continuar esperando um número elevado de pesquisas novas todos os meses, à medida em que se aproxima o início efetivo da campanha eleitoral. De janeiro em diante, por exigência legal, a realização de pesquisas de opinião pública também passará a ser previamente registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).



(Uma versão deste artigo foi publicada em 3 de janeiro no site do Espaço Democrático)



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