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  • Vera Galante

AS MOVIMENTAÇÕES PARTIDÁRIAS

Todas as atenções estão voltadas para as movimentações dos dois prováveis candidatos à presidência da república e de parlamentares à sua volta. Com a janela partidária quase se fechando, já vimos vários presumíveis candidatos mudando de partido, ou se filiando ruidosamente a outros.

Pouca gente está dando a importância devida aos candidatos aos outros cargos eletivos que não a presidência da república – não que não seja de suma importância nos posicionarmos quanto à nossa candidatura preferida ou não. Lembremos que ainda deverão receber votos os candidatos a deputado federal (513 cadeiras serão disputadas), senadores (1 por cada um dos 27 estados mais 1 pelo Distrito Federal, ou seja 1/3 da casa ou 28 senadores), governadores dos 27 estados mais o DF, além de deputados estaduais ou da assembleia legislativa (no caso do DF).

Datas importantes se aproximam – dia 1 de abril é o último dia para a mudança de partidos sem penalidades, dia 2 de abril é o último dia para aqueles que disputarão cargos eletivos majoritários (menos o presidente da república) se desimcompatibilizarem de seus cargos para concorrerem ao cargo desejado como, por exemplo, ministros de estado que querem disputar qualquer cargo eletivo e governadores. Por isso se intensificam as movimentações. Mas quero focar nas movimentações que já aconteceram para demonstrar a força que têm as eleições estaduais.

O presidente Bolsonaro é candidato à reeleição e não precisa se desimcompatibilizar do cargo para concorrer. Recentemente ele se filiou ao PL (Partido Liberal) pois não poderia concorrer caso não tivesse partido. O PL é parte do chamado Centrão e, ideologicamente, é um partido quase amorfo, tomando os ventos do momento como seu norte. A filiação de Bolsonaro requereu algumas negociações, mas foi tranquila. Caso se confirme os rumores de que o General Braga Neto será seu candidato à vice-presidência, este também logo deverá se filiar a um partido aliado ou ao mesmo partido do presidente, formando uma rara chapa “puro sangue”, e se desincompatibilizar do cargo de ministro da defesa até dia 2 de abril. De qualquer forma, até o final da semana que vem veremos quem efetivamente sairá dos ministério para concorrer a cargos eletivos e quem não sairá.

Tomemos agora o exemplo do ex-governador Geraldo Alckmin: PSDB de primeira hora, que pediu desfiliação do partido já em dezembro de 2021 em meio a especulação de que seria candidato a vice-presidente na chapa encabeçada pelo ex-presidente Lula. Entretanto, para que essa chapa se consolidasse, Alckmin precisaria de se filiar a algum partido que apoiasse Lula e, depois de muitas negociações, o partido escolhido foi o PSB. Sua filiação se deu no dia 23/03/2022 e seu discurso foi de amplo apoio à candidatura de Lula.

Antes da filiação de Alckmin o PSD e o PT pensaram em formar uma federação – uma novidade introduzida em 2021 que obriga que os partidos federados tenham unidade nas campanhas, e durante os 4 anos que durar a federação. Pois a federação deu água justamente por causa da política local: o PSD tem como candidato ao governo de São Paulo o vice-governador Márcio França e o PT tem o ex-ministro e ex-prefeito Fernando Haddad como candidato. Optou-se por seguirem aliados, mas não federados para preservar os palanques estadual separados.

Este foi somente um exemplo de como as eleições estaduais são importantes mesmo para as eleições presidenciais – em muitos casos são elas que determinam as alianças (ou não) entre partidos.

Mas só falei de cargos executivos – federal e estadual. E os legislativos? Estes vêm quase como uma obrigação de última hora: como o voto é obrigatório, geralmente escolhemos nossos candidatos ao legislativo por último. Mas não deveria ser assim – os deputados federais e estaduais, e os senadores – nos representarão pelos próximos 4 ou 8 anos respectivamente. Que tipo de Congresso Federal e Assembleia Estadual que queremos? São essas as casas que elaboram as leis que nos regerão. Vamos votar sempre nos mesmos ou queremos renovação? Para isso precisamos de acompanhar a biografia de cada um e votarmos de acordo com o que queremos deste poder tão importante na vida nacional. Vou fazer uma pergunta muito simples: você se lembra em quem votou para deputado federal, estadual ou senador nas últimas eleições? Caso se lembre, essa pessoa, se eleita, correspondeu às suas expectativas? Temos certa “preguiça” de nos envolvermos nas eleições dos legislativos estaduais e federal, mas são tão importantes quanto as eleições presidenciais. Da mesma forma a eleição para governador – vamos reeleger os atuais (caso estejam concorrendo à reeleição), ou queremos outra pessoa?

Já está na hora de fazermos nossas listinhas dos nossos prováveis candidatos e de sabermos por que os escolhemos. Depois devemos continuar a acompanhar e a participar de seus mandatos até que o novo ciclo de 4 anos se abra novamente.


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